quarta-feira, 16 de setembro de 2009

CALOR, AMOR E PAIXÃO


Por Jeyson Messias Rodrigues

Mesmo antes de te conhecer, sonhei com você
Você já estava lá
Nas minhas profundezas
Hoje sei porque quando te olho
Descanso
Como quem esteve longe
E voltou pra casa
Seus olhos... são a minha casa
E eu entro
Seus braços... seu peito... suas costas...

Seus cabelos e pernas...
Lugares preferidos
Meu lugar
E eu entro
Há calor, amor e paixão

Lugar donde não posso me distanciar
Nem quero
Quero sim, estar com você
E vê-la passar leite de colônia antes de deitar...
Ainda molhada do chuveiro
Pra depois nos aquecermos
E vê-la dormir quando falamos sobre teologia
Você é mais que teoria...
É deliciosa experiência
De calor, amor e paixão
E eu te amo

* Inspirado em Rúbia. "Ela me faz tão bem que eu também quero fazer isso por ela".

domingo, 24 de maio de 2009

26 aninhos


Para os mais novos já tenho 26, para os mais velhos ainda tenho 26. Para mim sou uma mulher de 20 e poucos anos custe o que custar. Vivendo um dia por vez vivo feliz, às vezes sem paciência, mas muito feliz.

terça-feira, 31 de março de 2009


Muito interessante a entrevista realizada pela revista Época com o escritor americano David Plotz, onde o mesmo diz que a bíblia é um meio de entender nossa atual sociedade. Ver no site http://www.revistaepoca.globo.com/.
Judeu por origem, David Plotz tornou-se agnóstico ao longo da vida, embora tenha mantido o interesse pela religião e pela tradição judaicas. Em 2006, estava tão entediado durante o bat mitzvah da prima – a cerimônia que marca o início das responsabilidades religiosas dos judeus, realizada aos 12 anos para as meninas e aos 13 para os meninos – que começou a ler a Bíblia. Indignado com uma história que leu no Gênesis, e que não conhecera quando criança, decidiu, segundo suas palavras, descobrir o que aconteceria se um “ignorante” lesse o livro no qual sua religião está baseada. Plotz narrou sua experiência em um blog, editado num livro lançado neste mês nos Estados Unidos, cujo título pode ser traduzido como “O bom livro: as coisas bizarras, hilárias, perturbadoras e maravilhosas que aprendi quando li cada palavra da Bíblia”.
Revista Época

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A jovem viúva Rute


Um dia desses ao conversar com uma amiga, ela me relatou a história de sua mãe que se casou na adolescência. Um casamento planejado pelos pais, esses acontecimentos eram freqüentes há um tempo. Ela se uniu a um homem mais velho. Na minha opinião uma tradição de abuso ao corpo de uma menina. O que mais me chamou atenção foi à atitude tomada pela mãe da minha amiga quando seu esposo morreu e seus pais novamente estavam arranjando outro casamento para ela. Precisavam zelar por sua reputação, uma viúva não era bem vista pelos outros.

Ao articular o segundo casamento da filha a mesma planejou uma fuga, pois estava descontente com a situação de ter que se relacionar com mais um homem sem amá-lo e também por não ter o poder de decidir sua própria vida. Essa mulher teve a atitude e a ousadia de fugir. Considerei essa história surpreendente. Uma mulher que inserida numa sociedade machista e tendo sua vida totalmente guiada pelos outros, decididamente encontrou força para transformar sua história. E hoje com seus filhos criados e orgulhosos da mãe, vive feliz.

Relembrando essa história pensei no relato bíblico da viúva Rute. Na verdade quando se conta essa narrativa geralmente destaca-se o amor que a nora teve para com sua sogra, também falam sobre a providência divina. Realmente lendo o texto influenciada pelos demais leitores bíblicos, de imediato encontrei todos os destaques que me foram frisados. Tentei buscar algo mais, e encontrei um conto interessante de manipulação e tradição machista. Como uma boa mulher crescida e educada na cultura tradicional de ler a bíblia de acordo com o que sempre me foi dito um dia nunca percebi a triste história de Rute.

Rute ao perder seu esposo, teve a escolha de voltar para casa de seus pais, mas escolheu ficar com Noemi, sua sogra que também ficou viúva. Voltando para casa de Noemi, procurou trabalho no campo para ajudar nas despesas da casa. Nesse período ela conheceu Boaz, o dono das terras, que sendo muito cortez lhe ofereceu trabalho. Esse homem já ouvira falar da estrangeira Rute e como tinha sido leal à sua sogra. Ele a viu com bons olhos por sua atitude e também por sua beleza. Noemi preocupada com a viuvez de Rute, pois essa não era uma boa condição na tradição daquela época, e sabendo do encontro de Boaz com sua nora e de sua boa reputação, tratou de planejar a união dos dois. Rute seguiu à risca tudo que sua sogra planejou e conseguiu arrebatar o coração daquele homem. Com essa atitude ela sai da condição de viúva e pôde dar assistência à sua sogra Noemi.

Não posso deixar de comparar a história de Rute com a mãe da minha amiga, ambas, viúvas e com um nome empobrecido pela tradição, por apenas serem viúvas. A primeira quando já estava procurando ser independente, tentando ajudar a si mesma e à sua sogra, trabalhando e ganhando seu próprio sustento, teve que se submeter a um casamento arranjado simplesmente para enriquecer seu nome e sair da condição de viúva. Provavelmente não precisou mais trabalhar para conseguir sustento e ficou submissa aos agrados do esposo. A segunda, quando se viu livre do primeiro casamento não contraído por amor e sim por um favor de seus pais a outra família, ao ficar viúva teve sua vida novamente planejada pelos outros. Mas essa mulher diferente de Rute teve a ousadia de enfrentar a sociedade e fugir da condição de ter a vida manipulada mais uma vez e assumiu os riscos de viver livre, longe da dependência de uma tradição onde a mulher precisa se submeter à cultura machista e egoísta.

Paro para pensar se Rute vivesse no meu tempo, em pleno século XXI, o que ela faria, na verdade fiquei pensando o que eu faria na condição em que ela se encontrou. Talvez tivesse a mesma atitude, ou planejaria uma fuga como a mãe da minha amiga, ou até mesmo continuasse a trabalhar e lutar sozinha por meu próprio sustento. Acredito que preferia escolher o que mais me fizesse feliz, de forma que eu não precisasse olhar para traz com pesar, pensando que poderia ser diferente, mas simplesmente ser feliz, sozinha, com alguém, ou voltando a morar com minha família. Gostaria que todas as mulheres da minha geração pensassem em ser felizes, independente de certas pressões sociais, e sem a ilusão e a preocupação de se sentirem bem apenas quando acompanhadas de um homem. Não que isso não seja bom, mas não acredito que seja o essencial para nossa existência como mulher.